Saturday 14 April 2007

Terceira sessão – Terça feira dia 22 de Maio de 2007



As formas, os volumes e os enquadramentos



Filme “Disponível para amar ” de Wong Kar-Wai
CANNES 2000 – Best Actor award, Grand Prix Technique





Com Tony Leung e Maggie Cheung
Argumento: Wong Kar-Wai
Música: Michael Galasso
Fotografia: Christopher Doyle/Mark Li Ping
Montagem: William Chang Suk-ping
Produção: e Realização: Wong Kar-Wai



Disponível para amar é uma espécie de melodrama que funciona ao contrário da tradição. Aqui, o par romântico - Chow (Tony Leung) e Li-Zhen (Maggie Gheung) - não é dos cônjugues adúlteros. Ou seja: são a mulher dele e o marido dela que, de facto, andam envolvidos um com o outro. Chow e Li-Zhen aproximam-se como se fossem sombras dos seus companheiros ausentos, fantasmas das suas próprias histórias. Deambulando por cenários encantados, olham-se e cruzam-se como se fosse impossível tocarem-se ou envolverem-se em qualquer troca explicitamente sexual tudo se passa como se Chow e Li-Zhen fossem personagens suspensos das melodias românticas que se ouvem na banda sonora (Nat King Cole, Bryan Ferry, etc.).Com Chungking Express (1994), Wong Kar-Wai mostrára que o seu universo não é estranho ao apelo musical. Agora, em Disponível para amar, o seu cinema aproxima-se da dinâmica poética do género musical, onde as personagens existem como emanação da música e do canto; vivem no ecrã como se habitassem um sonho sonhado por um deus ausente.

Os meus filmes são feitos a partir da adição de pequenos bocados. Trabalho por segmentos, sem saber propriamente à partida os laços que os unem, ou a sua ordem na narração. Durante a montagem ensaio uma série de combinações. É como um 'puzzle' de que não conheço a ordem, mas de que as peças se juntam pouco a pouco. E, no fim, descubro o conjunto", diz Wong Kar-wai.

Em Disponível para amar, o cineasta conjuga criatividade e beleza numa história de amor, que é ao mesmo tempo o retrato fiel de uma sociedade, a Hong Kong dos anos 60. Disponível para amar é uma espécie de melodrama que funciona ao contrário da tradição. Aqui, o par romântico - Chow (Tony Leung) e Li-Zhen (Maggie Gheung) - não é dos cônjugues adúlteros. Ou seja: são a mulher dele e o marido dela que, de facto, andam envolvidos um com o outro. Chow e Li-Zhen aproximam-se como se fossem sombras dos seus companheiros ausentos, fantasmas das suas próprias histórias

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