Saturday 14 April 2007

Quinta sessão – Terça feira dia 05 de Junho de 2007

O Preto e branco. Comunicar pela imagem II
“O Ultimo dos homens ” de F.W.Murnau - 1925

Com Emil Jannings

Argumento: Carl Mayer
Música: Giuseppe Becce
Fotografia: Karl Freund
Produção: Erich Pommer
Realização: F.W.Murnau


Filme mudo, sem intertítulos (se exceptuarmos o que introduz o final. Primeira reunião de Murnau com o actor Emil Jannings, com que filmaria dois anos depois Tartufo e Fausto, O Último dos Homens concentra-se numa só figura e nos efeitos que a sua desvalorização profissional tem na sua vida.
Do filme retemos os cenários, todos eles com a sua relevância particular, seja o bairro onde o porteiro vive e o prédio onde podemos observar explicitamente a mudança de atitude dos seus vizinhos perante a sua despromoção, ou o hotel com a sua simbólica porta giratória, os seus corredores, escritório e lavabos.
Há quem veja em O Último dos Homens um reflexo alegórico da própria Alemanha, afundada na humilhação infringida pelos duros termos do Tratado de Versailles que pusera termo à Primeira Guerra Mundial (1919), o que faz algum sentido.A visão desencantada do realizador projectou inicialmente um final diferente daquele que veio a ser filmado por imposição da produtora: um epílogo que concretiza um “happy end”, em que o “último dos Homens se torna o primeiro”. É verdade que esse término optimista parece corromper todo o tom psicologicamente fechado da obra, mas nem por isso deixa de possuir o seu encanto particular sem retirar mérito ao conjunto.

No comments: